25 de fevereiro de 2013

Doenças Dentárias em Cães e Gatos!




A doença periodontal (problemas na região ao redor dos dentes) é um dos problemas de saúde mais comuns em animais de companhia, estimando-se que cerca de 70% dos gatos e 80% dos cães com mais de 3 anos sofram de algum grau de doença periodontal.
Tal como nas pessoas o processo começa com a formação de placa formada por proteínas e bactérias, que irritam a gengiva formando uma inflamação chamada "gengivite". Se essa placa não for removida transforma-se em tártaro ou cálculo, o tártaro devido à sua superfície rugosa potencia a acumulação de mais placa, levando a um ciclo vicioso, que produz como um dos primeiros sintomas a halitose (mau hálito).
Em casos mais severos a gengivite pode levar à destruição do osso ao redor das raízes dos dentes levando a que este fique móvel e possa acabar por cair.
Em alguns casos especialmente em cães pequenos com mandíbulas pequenas a reabsorção óssea pode ser o suficiente para levar a uma fragilização da mandíbula podendo mesmo originar fracturas.
Ao entrarem na corrente sanguínea as bactérias da placa bacteriana podem provocar lesões em vários orgãos como o fígado, rins e coração (endocardite valvular bacteriana).
Devido a este facto é geralmente aconselhável a realização de uma terapia antibiótica prévia ao tratamento de destartarização para diminuir a possibilidade de ocorrência destes problemas.

A boa notícia é que a doença periodontal é totalmente evitável, removendo periódicamente a placa evita-se a formação de gengivite e favorece-se a saúde oral do seu animal. Para que seja eficaz a remoção deve ser realizada mediante escovagem diária dos dentes utilizando uma escova macia e cabeça pequena em conjunto com pasta dentífrica especial para animais (estão disponíveis diversas marcas e sabores).
Estão também disponíveis rações especiais (Por exemplo: dental, t/d, etc) que também podem ajudar a prevenir a acumulação de tártaro.
A estimulação de actividades de mastigação (sticks orais por exº) podem ter também um efeito mecânico na remoção de placa, semelhante ao que comer maçãs poderá ter nas pessoas.
Apesar de todos estas opções, assim que o tártaro surge, é necessário uma limpeza profissional para efectuar a destartarização.
Embora a destruição do osso ao redor dos dentes não possa ser revertida, a inflamação pode ser interrompida ou pelo menos desacelerada.
O tratamento rotineiro periodontal envolve a utilização de ultrasons e embora o procedimento geralmente não seja doloroso o seu veterinário necessita de anestesiar o seu animal para que seja possível realizá-lo.
Como forma de minimizar o risco anestésico poderão ser necessário realizar exames sanguíneos e radiográficos pré-anestésicos antes do procedimento de forma a identificar eventuais problemas que possam não ser observáveis num exame físico simples.
Alguns dentes poderão ter de ser extraídos durante o procedimento devido ao pouco suporte ósseo remanesccente.
Em gatos podem também ser observadas as chamadas lesões reabsorptivas (neck lesions)que podem levar a dor e dificuldade em comer, estas lesões são o resultado da activação de células iguais às responsáveis pela queda dos dentes de leite, que atacam os dentes definitivos levando à destruição do esmalte e dentina, expondo a polpa e os nervos do interior do dente e causando dor.
As lesões reabsorptivas dos gatos não podem ser simplesmente preenchidas como as cáries humanas uma vez que o processo de destruição do dente continuaria apesar dos esforços. Actualmente a recomendação para os dentes afectados infelizmente é a extração como forma de minimizar a dor.
Nos animais de estimação a dor oral pode-se manifestar através do bater das patas no focinho, deixar o alimento cair, babar excessivo ou relutância a comer.

Fonte: http://www.veterinario24horas.pt/boletins_detalhe.php?cd_content=6